Não, você não entendeu errado. As estatísticas apontam que o câncer será a causa de 25% das mortes nos próximos 7 anos. Segundo a OMS, o número de novos casos de câncer em todas as idades aumenta na ordem de 10 milhões de 2000 para 15 milhões em 2020 e para 24 milhões em 2050. Com o câncer infantil não é diferente, a cada ano surgem mais de 200 mil novos casos de crianças e adolescentes, desse total, 80% vivem em países menos desenvolvidos como no Brasil.
Muitas vezes, eu vejo nutricionistas atendendo pacientes oncológicos pediátricos com insegurança e dificuldade em intervir de forma correta, exatamente porque há um volume reduzido de estudos. Infelizmente, a causa do câncer infantil é em grande parte dos casos desconhecida, por isso é muito importante a realização de estudos descritivos, principalmente os de base populacional para conseguir identificar os fatores de risco e as possíveis causas desse problema. Somente uma minoria de fatores de risco é identificada em crianças e adolescentes com câncer. E qual o problema de você não conhecer os fatores de risco? Porque você não conhecendo as possíveis exposições que podem desenvolver a doença, deixa você limitado para realizar intervenções preventivas. Mas você não precisa ter medo, normalmente o paciente já chega com quadro clínico definido naquele momento e o que você deve fazer é desenvolver o plano de tratamento sobre esse diagnóstico.
Dentro de todos os tipos de câncer infantil, a mais estudada é a leucemia aguda, que já se sabe que fatores ambientais e fatores que interagem com o sistema imune estão relacionados com a sua causa, como exposição à radiação, contato com agrotóxicos, anomalias congênitas, peso ao nascer, consumo de fumo, álcool e medicações durante a gravidez, Você percebe que muitos desses fatores que citei estão diretamente relacionados com a nutrição? Então, como você pode agir ao se deparar com essa demanda? Oleaginosas, Sucos Cítricos e Ômega 3 são três tipos de alimentos que podem contribuir para melhorar o padrão inflamatório, fortalecer o sistema imunológico e consequentemente contribuir com o tratamento desse paciente.
O tratamento geralmente é feito com o uso de poliquimioterapia, estabelecida através de protocolos terapêuticos. É um tratamento longo, pode durar meses ou anos. E Apesar de todos os avanços que já passamos de medicações, a quimioterapia ainda traz muitos efeitos colaterais para o paciente, como náuseas, vômitos, diarreia, falta de apetite... Por isso é de extrema importância que o paciente, durante todo o acompanhamento, conte com a ajuda de nutricionista especializada que faça todo o acompanhamento, ajuste de plano para minimizar os sintomas do tratamento e melhorar a qualidade de vida desse paciente. Um exemplo super simples e com muito resultado é a inclusão de pipoca em lanches para o controle da náusea, uma opção bastante palatável e com ótimo efeito.